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Economia de Plataforma: o que é e por que ela é uma tendência?

Escrito em 31 de Março de 2022 por Lidiane Oliveira

Atualizado em 22 de Novembro de 2024

Em todos os lugares que olhamos hoje, os negócios de plataforma estão nas notícias. Das startups mais valiosas que estão revolucionando os mercados tradicionais, às empresas estabelecidas que mudaram seu modelo de negócios de uma abordagem tradicional para uma abordagem baseada em plataforma.

Simplificadamente, a Economia de Plataforma pode ser entendida como modelo que utiliza a tecnologia das plataformas digitais para conectar um grande número de participantes e gerar interações valiosas.

Apesar de ter várias aplicações, esse conceito pode ser mais voltado a vendas.

Hoje, algumas das maiores empresas do mundo estão firmadas nesse modelo de negócios, como é o caso da Apple, Google e Amazon, além de outros marketplaces e aplicativos - como os de delivery, mobilidade, jobs, imóveis, compra e venda de usados, streaming.

As empresas baseadas nas plataformas digitais representarão 30% da receita global, movimentando em torno de US$ 60 trilhões, até o ano de 2025, de acordo com a consultoria McKinsey. A consultoria também descobriu que as empresas com presença em plataformas - próprias ou de terceiros - tiveram, em média, um crescimento anual de EBIT quase 1,4% maior.

Quer ir mais a fundo no assunto? Dê o play no nosso podcast!

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Quais são os tipos de Economia de Plataforma?

De acordo com estudos na área, esse tipo de economia pode ter diversas vertentes. Podemos diferenciar algumas categorias de negócios de plataforma para entender na prática como funcionam:

  • MARKETPLACES: múltiplos vendedores reunidos numa única plataforma, atrai também grande quantidade de consumidores e permite maior escala de vendas.

  • GIG ECONOMY: apps e plataformas de serviços avulsos (transporte, freelas, delivery) que contam com profissionais independentes para a prestação do serviço.

  • SUBSCRIPTION ECONOMY: plataformas de streaming ou conteúdo digital por assinatura (spotify, netflix, cursos, artigos).

  • ECONOMIA DO ACESSO: plataformas de assinatura ou aluguel de bens (smartphone, eletrônicos, carros, bens de luxo), na qual o assinante usufrui do item durante o tempo vigente de sua assinatura, não sendo o dono, mas utilizando todos os benefícios do produto.

  • ECONOMIA COMPARTILHADA: plataformas peer-to-peer (de pessoa para pessoa), geralmente para venda de usados entre pessoas físicas, ou de aluguel de bens próprios, como imóveis e aparelhos eletrônicos.

Como as plataformas geram valor para as empresas e consumidores?

O uso de plataformas nos negócios pode gerar valor de três maneiras principais: 

  • Descoberta;
  • Confiança;
  • Conveniência.  

Elas ajudam os usuários a identificar o fornecedor certo (descoberta), dão a garantia de que o provedor de serviços é legítimo (confiança) e removem o atrito que surge ao se conectar diretamente com um fornecedor (conveniência).

Já as plataformas de serviços e aluguéis organizam e fazem a intermediação de um mercado, articulando a contratação e transações entre as partes, seja a curto ou longo prazo. 

Mas há diversos atrativos gerados pela tecnologia das plataformas, como por exemplo os itens a seguir.

1. Geolocalização

Usando a localização do usuário, as plataformas facilitam o encontro de profissionais próximos ao local de contratação e diminuem o tempo de procura.

Seja para achar um imóvel para passar as férias ou um profissional de reparos domésticos - a geolocalização é uma mão na roda para encurtar distâncias.

2. Sistemas de classificação e avaliação

As plataformas costumam contar com espaços para os feedbacks dos usuários, seja na forma de notas, estrelas ou comentários, para controle de qualidade dos produtos e serviços. Isso garante um nível extra de confiança entre consumidores e prestadores de serviços que não era possível até pouco tempo atrás. 

3. Efeitos de rede

Outra característica muito importante do modelo de negócios da plataforma é que ele enfatiza os efeitos de rede, e a interdependência da demanda entre os diferentes grupos que utilizam a plataforma. 

A grande potência das plataformas está em ter muitos usuários conectados e contar com formas de fazer com eles mesmos divulguem o serviço a outras pessoas, aumentando o efeito de rede.

Por que a Economia de Plataforma é uma tendência?

Vivemos em uma era de colaboração propiciada pelo meio digital, sobretudo pelo mobile, redes sociais e tecnologias em tempo real. A geração Millennial cresceu compartilhando tudo online - vídeos, arquivos, conhecimento. Por isso, é de se esperar que os consumidores atuais tenham maior propensão por uma economia compartilhada.

Quando falamos da economia colaborativa ou compartilhada - como fazem as plataformas como Airbnb e Uber -, a principal razão pela qual os usuários têm dado preferência à elas está na economia financeira, afinal não faz mais sentido ter um bem que não é utilizado 100% do tempo, se é possível pagar apenas pelo tempo utilizado. 

Já nos casos de prestação de serviços, a maior razão das contratações é uma melhor adaptação aos horários e necessidades do interessado.

Temos uma nova mentalidade do consumidor: pagar pelo benefício do produto ou serviço - o que ele faz por você - sem a necessidade de ser dono desse bem. Ele não quer necessariamente o objeto, mas sim suprir uma necessidade ou obter experiências. Aqui entra o lema de que “acesso é melhor que propriedade”.

As empresas líderes nas plataformas estão oferecendo, cada vez mais, um conjunto interconectado de serviços – como, por exemplo, a oferta do Alibaba ou dos “SuperApps” chineses, de um amplo ecossistema de serviços de estilo de vida (inclusive varejo, pagamentos, pontuação de crédito). É uma tendência que também está pegando no Brasil a partir dos grandes marketplaces do varejo.

Tudo isso traz mais comodidade e conveniência ao cliente, além de novas fontes de receita para as empresas.

Como escalar um negócio de Plataforma?

As empresas devem determinar sua estratégia de plataforma avaliando as características e tendências do mercado, bem como sua “adequação” a ecossistemas específicos. 

O foco da expansão deve estar na criação de valor – criar novos produtos e serviços, desenvolver uma solução ponta a ponta para um novo segmento ou aumentar a eficiência operacional.

É possível expandir o core business a partir de parceiros provedores de tecnologia, como de pagamentos, por exemplo, para agregar serviços financeiros à plataforma, como tem sido observado nos SuperApps.

A experiência de pagamento é bastante relevante para o usuário gostar da usabilidade da plataforma e se fidelizar a ela - e, hoje, existem diversas tecnologias, como o BaaS (Banking as a Service) e o Embedded Finance que permitem otimizar o pagamento e até fazer a oferta de produtos financeiros dentro das plataformas.

Estruturalmente, as plataformas têm uma arquitetura escalável, sejam baseadas na web ou Apps em dispositivos móveis. Tudo isso potencializado pela computação em nuvem, que permite o acesso a dados e informações em tempo real, cria integrações perfeitas entre as tecnologias (através de APIs) e proporciona um espaço para a colaboração entre as várias partes interessadas.

Para ter uma plataforma de sucesso, você precisa de clientes. Para ter clientes, você deve ter algo que os atraia para sua plataforma. Em resumo, é preciso criar valor. As melhores plataformas são aquelas que têm os recursos mais atraentes.

É aqui que a inovação se faz importante: se você não estiver inovando, então perderá essa grande oportunidade de fazer seu negócio crescer.

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