Métricas financeiras que uma startup deve acompanhar
Escrito em 04 de Agosto de 2015 por Renato Ribeiro
Atualizado em 24 de Agosto de 2023
O termo vem ganhando destaque no mundo dos negócios, pois, por menor que seja um empreendimento, a preocupação de sobreviver aos percalços do acirrado mercado brasileiro é constante. O medo de fechar as portas é o que vem tirando o sono de muitos empresários, que passaram a acompanhar a evolução da empresa por meio das Métricas Financeiras. Elas não são “um bicho de sete cabeças” e devem ser vistas como uma importante ferramenta de avaliação e gestão.
O levantamento de todas as informações financeiras de uma empresa é imprescindível para o bom andamento dos negócios. Independente do tipo e porte de empreendimento, alcançar a tão sonhada longevidade financeira sem um bom planejamento é quase impossível.
E, devido ao alto risco de negócio, as startups estão entre os negócios que mais devem se aliar a indicadores financeiros. Importantes decisões estratégicas podem ser definidas quando o crescimento do negócio é conhecido. Por isso, separamos algumas métricas financeiras que podem ajudar você a alavancar seus negócios. Confira!
Margem de lucro
Antes da definição do preço de venda de um produto é preciso ter na ponta do lápis todos os gastos de fabricação, além das flutuações de valores no mercado em que ele faz parte e a concorrência. A margem de lucro nada mais é do que o valor do preço de venda definido e o quanto ele terá de retorno em relação aos investimentos realizados.
Nenhum empreendedor quer aplicar capital em um negócio e não receber nada em troca. E, por conta disso, espera-se que o valor obtido em vendas seja maior do que a aplicação inicial.
A métrica que norteia a margem de lucro não é padronizada para todos os setores, seja ele industrial, comercial ou de prestação de serviços, cada um aplica sua própria margem. Normalmente, o varejo aplica uma margem em torno de 4% sobre o valor total das vendas e a prestação de serviços fica em torno de 20%.
Burn Rate
Designada “Taxa de Queima”, essa métrica financeira indica a velocidade na qual o caixa diminui em função dos gastos do negócio. Em outras palavras, ela mede o quanto de recursos financeiros é gasto e o quanto de receita entra em caixa por mês. Se os gastos forem maior do que os ganhos, é preciso rever as estratégias de negócio para sair do vermelho.
O burn rate não é apenas mais um número entre tantos outros, é por ele que você poderá saber se sua empresa está em crise e se a sobrevivência dela está comprometida.
Months of Cash Left
Em português, meses de dinheiro restantes, é o braço acessório do burn rate, a principal vantagem dessa integração de informações é a possibilidade de saber quantos meses restam para a empresa continuar funcionando com o dinheiro que possui em caixa.
Para que a startup saiba o seu months of cash left é preciso que o capital disponível seja dividido pelo burn rate.
É muito importante que tanto o burn rate quanto o months of cash left sejam alinhados ao plano de negócios da empresa. Se o acompanhamento for constante e você observar que o months of cash left está abaixo do planejado, é preciso refazer os cálculos.
Se tudo for realizado com organização e planejamento, é possível perceber o que não vai bem e reagir antes do fracasso.
Retorno financeiro
Esse indicador é simples e pode ser uma “mão na roda” durante uma negociação. O retorno financeiro é uma importante métrica para mostrar para um investidor, pois possibilita que seja visualizada a situação do negócio e mostra que ele traz o retorno efetivo esperado. Para o empresário, quanto mais alto for o retorno financeiro, melhor será o processo de negociação.
Tenha todos os valores mensurados. É preciso deixar muito claro o lucro que o investidor vai obter com o investimento do produto e/ou serviço.
Quanto custa um cliente?
Atrair clientes não é uma questão fácil e muitos custos estão envolvidos em ações de marketing. Talvez uma das métricas mais importantes para um negócio é saber o quanto realmente se gasta com publicidade para conquistar um cliente.
Esse indicativo está diretamente relacionado à margem de lucro, e isso mostra que, se você diminuir os custos de aquisição por cliente, você aumenta seus ganhos por venda.
A conta é simples: todos os valores que são investidos em vendas e marketing em um período pré-determinado devem ser somados e divididos pelo resultado total de novos clientes que foram adquiridos no mesmo período. O valor servirá de base para você saber se está gastando muito com campanhas para captar novos clientes e se o retorno está valendo a pena.
Total Cost of Ownership (TCO)
Muito utilizada pelas startups, o Total Cost of Ownership (ou custo total de propriedade) é uma importante métrica de avaliação dos custos diretos e indiretos. Os valores mensurados por ele possibilitam que o empresário saiba o real valor necessário para o investimento e qual será o destino de aplicação, além do quanto ele poderá aumentar a produtividade da startup.
É importante analisar os gastos com compras e investimentos, os custos de manutenção do negócio, de treinamentos de equipe etc., ou seja, todo e qualquer gasto.
Esse indicador é muito importante no processo de planejamento.
Escrito em 04 de Agosto de 2015 por
Renato Ribeiro
Atual CEO da iugu, Renato já atuou como diretor de investimentos naTemasek no Brasil, fundo investimento de Cingapura, e compôs o conselho de grandes empresas, como Burger King do Brasil, Neoway e Superbac.