Afinal, o que é burn rate e por que você deveria se preocupar?
Escrito em 10 de Junho de 2020 por Renato Ribeiro
Atualizado em 14 de Outubro de 2024
Tenho certeza que você se preocupa com a sobrevivência e a expansão do seu negócio. Para acompanhar de perto esse desenvolvimento, você pode usar algumas métricas a fim de avaliar a saúde financeira da empresa e a rotatividade de clientes. Neste post, quero apresentar para você uma métrica importante, o burn rate.
Já ouviu falar nesse termo ou é novidade? O burn rate traz uma visão muito clara de como a empresa vem se mantendo. Se esse número é alto, a situação pode estar saindo de controle.
Continue a leitura para entender melhor do que se trata e como funciona.
O que é burn rate?
Explicando da maneira mais simples, burn rate é quanto a sua empresa “queima” o dinheiro do capital, ou seja, qual o valor que está sendo gasto todo mês para manter as atividades, em comparação à receita obtida.
Para negócios que ainda estão dando os primeiros passos, é natural que o burn rate seja um pouco alto, afinal, está na fase de conquista dos clientes e de estruturação dos ganhos. Porém, se esse valor continua alto depois de certo período, é bom ficar atento. É importante ter como objetivo que esse burn rate seja sempre o mais baixo possível.
Qual a sua importância?
Qualquer novo empreendimento é uma iniciativa de risco. Precisamos lembrar que mais de 60% das empresas fecham as portas cinco anos após sua criação, segundo dados do IBGE.
Se o seu negócio está com um burn rate muito alto e as vendas estagnadas, os investidores não o verão com bons olhos e ficará mais difícil conseguir capital para continuar com o projeto.
Além disso, acompanhar essa taxa ajuda você a prever quando as contas corporativas estão prestes a entrar no vermelho, tomando, assim, algumas medidas para evitar o problema.
Como calcular o burn rate?
A melhor maneira de evitar uma falência precoce é fazer o cálculo do burn rate, com uma estimativa do quanto a empresa custará por mês. Para isso, é preciso ter uma noção dos gastos fixos e variáveis, considerando que a aquisição de novos clientes será muito baixa.
O cálculo desse índice é bem simples: basta subtrair as despesas da receita. O número obtido é o burn rate mensal da sua empresa, ou seja, o valor perdido por mês.
Lembre-se que esse indicador sempre sofre variações, afinal, atrasos nas receitas ou despesas inesperadas são muito comuns. Por isso, procure acompanhar o burn rate mensalmente.
Como reduzir o burn rate?
A boa notícia é que você pode adotar algumas medidas para diminuir o burn rate, dando um pouco mais de “fôlego” para que o seu negócio consiga se firmar no mercado e obter uma receita mais consistente. Confira as dicas.
Gaste menos do que fatura
O ideal é que você consiga manter os gastos da empresa abaixo do valor que está faturando por mês. Para isso, tente ao máximo reduzir custos e procure por alternativas que possam baratear os serviços ou a aquisição de insumos: opte por planos de telefonia mais baratos, negocie com fornecedores, procure lugares mais em conta para hospedar o seu negócio durante os primeiros meses etc.
Controle as saídas
Saber exatamente como está o fluxo de caixa da sua empresa é fundamental para garantir um burn rate baixo. Por isso, mantenha todas as despesas sob controle e anote todas as saídas.
Esse monitoramento vai evitar surpresas no final do mês e dar uma visão bem clara do que pode ser feito para manter as operações do empreendimento ativas.
Tenha cobranças sob controle
Um bom burn rate também depende das receitas, certo? Então, não deixe de acompanhar o pagamento dos clientes, conferindo as datas exatas nas quais os acertos serão feitos e possíveis inadimplências.
Saber exatamente como estão as entradas de capital da empresa, o que já foi vendido e ainda será recebido e os clientes em débito vai auxiliar muito no equilíbrio financeiro.
Calcule o valor dos produtos corretamente
Se você errar na precificação, terá muita dificuldade para manter o burn rate em um nível aceitável. Isso porque, por mais que venda bastante e reduza os custos ao mínimo possível, a receita não será suficiente para cobrir os gastos com folga e oferecer uma boa margem de lucro.
Não se esqueça de avaliar corretamente tudo o que envolve a operação do seu empreendimento e calcular o valor dos produtos com cuidado. Por mais que você se preocupe em atrair clientes em um primeiro momento, preços de venda muito baixos não poderão ser sustentados com o tempo e ainda podem se converter em prejuízos.
Como administrar para ter um bom burn rate?
Além das dicas que apresentei para que você consiga reduzir o burn rate até uma marca favorável ― que permita que você consiga levar os negócios com certo conforto ―, vale a pena ressaltar, também, algumas dicas de gestão para que o burn rate não se torne uma dificuldade para a sua empresa:
- não importa se o negócio é bom ou se o produto tem alta chance de venda, ter um burn rate baixo é sempre positivo e recomendado;
- todo empresário deve se adaptar rapidamente às mudanças do mercado e estar disposto a mudar até mesmo o seu padrão de vida para ter um burn rate adequado;
- um capital acima do estipulado pelo burn rate não significa que você já possa gastar mais;
- o mesmo vale para o momento em que atingir um burn rate zero ― ele não significa que você possa inflar os gastos. Encare essa conquista como momentânea e busque usar o valor para aumentar a reserva da empresa.
Entender o que é burn rate e conhecer a sua importância na gestão são aspectos importantes para que você alcance o sucesso do seu negócio e consiga expandi-lo, aumentando o faturamento. Não esqueça que a automação de processos vai ajudar nesse trabalho, tornando tudo mais claro e liberando tempo livre para que você possa traçar boas estratégias e colocá-las em prática.
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Escrito em 10 de Junho de 2020 por
Renato Ribeiro
Atual CEO da iugu, Renato já atuou como diretor de investimentos naTemasek no Brasil, fundo investimento de Cingapura, e compôs o conselho de grandes empresas, como Burger King do Brasil, Neoway e Superbac.