É bem provável que, ao analisar a fatura de cartão de crédito, você encontre duas ou mais assinaturas mensais ou anuais de algum serviço. Essa tendência, chamada de Subscription Economy, vem crescendo exponencialmente na última década, e já traz impactos ao varejo.
Apesar de ter se popularizado a partir de streamings de vídeo ou música, essa economia se sustenta em diversos outros pilares.
Com um modelo de negócios que se baseia na entrega de conteúdos e serviços personalizados mensalmente em vez de uma venda única, a economia de assinatura já é implementada em diferentes segmentos e auxilia na construção de um relacionamento mais próximo com os consumidores.
Para te ajudar a entender mais sobre o assunto, preparamos um conteúdo explicativo sobre o que é Subscription Economy, as vantagens e como ela está impactando o varejo.
Sem tempo para ler? Experimente o player abaixo.
A Subscription Economy é uma frase criada por Tien Tzuo, CEO da Zuora – empresa que cria e fornece software para outras empresas iniciarem serviços baseados em assinatura – para descrever uma nova era de modelos de negócios.
Esse modelo chega para atender um novo tipo de consumidor, que deseja mais resultados do que propriedade, mais personalização em vez de generalização, e constante melhora no lugar de obsolescência.
De forma resumida, a Subscription Economy se baseia na construção de relacionamentos a longo prazo com os consumidores, mantendo-os constantemente engajados em serviços.
Assim, o novo tipo de economia consegue atender às necessidades de clientes de forma personalizada, uma vez que o objetivo não é a venda de um único produto ou solução, mas sim o foco no consumidor e na melhora da experiência ao longo do tempo.
Apesar de bastante popular, a ideia por trás das cobranças recorrentes não é tão nova. Afinal, você deve se lembrar que, até pouco tempo atrás, as assinaturas de revistas, TV a cabo e jornais já eram bastante comuns na vida de milhares de pessoas.
No entanto, a aceleração tecnológica e as mudanças de comportamento causadas pela transformação digital deram uma roupagem mais moderna ao já conhecido modelo de negócios.
Agora, é possível realizar assinaturas de serviços que vão desde os streamings até produtos para PETs.
Além disso, empresas que trabalham com mensalidades e planos, como academias e escolas, também estão inseridas no contexto da Subscription Economy.
Para as empresas, as vantagens da economia de assinaturas vão desde uma melhor previsibilidade de receita até redução de custos. Veja só:
Também conhecida como economia da recorrência, esse tipo de negócio ganhou popularidade com os serviços de streaming, mas o modelo possui outros pilares que o sustentam.
De acordo com a Subscription Trade Association (SUBTA), uma associação especializada em assinaturas, os pilares são:
Com o crescimento desse modelo, aumentam também as oportunidades para que empresas de diferentes setores possam adotá-lo, e exemplos não faltam para ilustrar a ascensão da economia de assinatura.
Setores tradicionais, como o de automóveis, já se renderam à nova era dos negócios. Volvo, Porsche, Nissan e Mercedes-Benz são algumas das montadoras que começaram a oferecer carros por assinatura.
Dessa forma, os consumidores não precisam se preocupar com a documentação e outras burocracias atreladas a propriedade de um veículo.
A popularidade dos criadores de conteúdo em plataformas como TikTok, Instagram e Youtube, também fez com que as redes sociais mais populares considerassem a Subscription Economy como uma forma de aumentar a receita.
O TikTok, por exemplo, anunciou em janeiro que estava testando o apetite de seu público por assinaturas pagas
O YouTube também entrou na onda e já permite que os creators ofereçam conteúdo exclusivo para assinantes.
Além disso, o sucesso do modelo Substack – plataforma online que fornece serviços de publicação, pagamento e análise para newsletter por assinatura –, colocou em evidência os conteúdos especializados ou de nichos criados por jornalistas e escritores.
Lançada em 2017, a plataforma já ultrapassou 250 milhões de assinantes pagos até 2021.
E todas essas mudanças causadas pela economia de assinaturas se refletem nos dados. De acordo com uma pesquisa realizada pela eLabs, o mercado de assinaturas irá crescer 1.3 trilhões na próxima década.
Quanto ao futuro do varejo, especialistas afirmam que, em breve, nenhum varejista irá vender produtos, mas sim acessos.
Isso porque, em um mundo com mudanças cada vez mais rápidas e profundas, os consumidores têm preferido a liberdade de um serviço por assinatura do que a obrigação da posse.
O relatório Subscription Economy Index, realizado pela Zuora, revelou que a economia da recorrência aumentou mais de seis vezes de tamanho entre 2012 e 2020.
Já o levantamento The End of Ownership, também da Zuora, mostrou que os consumidores esperam conveniência, seja na hora de conseguir um transporte, roupas ou mesmo compras de mercado.
Tanto é que os serviços de assinatura de alimentos frescos já são um dos mais populares do mundo, ficando atrás apenas dos streamings.
Os dados provam que, cada vez mais, consumidores buscam estabelecer uma relação de confiança com as marcas e empresas, e priorizam aquelas que entregam exclusividade e variedade.
Para se ter uma ideia, a Gartner prevê que 75% das empresas que trabalham com varejo deverão oferecer serviços de assinaturas até 2023. Logo, é preciso se adaptar para triunfar na era da economia de assinaturas.
Como vimos ao longo do texto, a Subscription Economy chegou para ficar, e já traz impactos profundos nas empresas.
E, se você é empreendedor e quer estar à frente das inovações e mudanças que estão por vir, é necessário planejar e visualizar as necessidades futuras, adaptando o seu modelo de negócios para a nova era da economia.
Ficou interessado nesse modelo e quer saber mais sobre o assunto? Então, baixe agora mesmo o E-book Recorrência na Prática e saiba como aplicar as cobranças recorrentes em 7 segmentos.