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Pentest: o que é?

Written by Redação iugu | 14/12/2021 03:00:00

Num mundo cada vez mais dependente dos espaços digitais para a realização das tarefas cotidianas, a segurança destes espaços tem sido uma preocupação crescente.

Não é que não houvesse riscos no passado, mas a rede mundial de computadores cresceu muito em escala nos últimos anos. Esse crescimento torna cada vez mais provável que você seja exposto a riscos ao utilizar computadores e sistemas computacionais.

Os avanços da tecnologia e a velocidade de disseminação da informação na internet tornam o cenário um pouco mais delicado. Falhas e vulnerabilidades em sistemas podem ser comunicadas e exploradas em massa num intervalo de tempo muito curto.

Por este motivo, torna-se cada vez mais importante adotar medidas de avaliação, solução e prevenção de falhas de segurança. Este é um trabalho complexo, que envolve diversas áreas e profissionais.

Uma dessas medidas é o que chamamos de Pentest. Esse termo vem do inglês penetration test (teste de penetração, em tradução direta, ou teste de intrusão, na tradução adaptada para o português brasileiro).

Se você trabalha ou deseja trabalhar com cibersegurança ou áreas relacionadas a ela, já deve ter ouvido falar dos Pentests. Eles ajudam empresas a localizar os pontos mais vulneráveis de sua estrutura tecnológica e eliminar as vulnerabilidades antes que indivíduos mal intencionados tirem proveito delas.

Se você não sabe o que é Pentest, eles funcionam da seguinte forma: uma equipe especializada analisa o todo do sistema a partir de um conjunto inicial de informações. A partir dessa análise inicial, os pentesters identificam vulnerabilidades na estrutura e desenvolvem planos para explorá-las.

Esses planos podem envolver as mais diversas técnicas, indo da tecnologia em scripting à extorsão de informações de pessoas no mundo real. A ideia é elaborar e executar cenários realistas de ataque ao sistema para medir sua vulnerabilidade e entender como se comporta diante de invasões.

Os Pentests também costumam incluir todas as partes da infraestrutura: redes, aplicações, dispositivos conectados e até mesmo os elementos de segurança física.

 

Por que realizar um pentest?

Além de permitir ter uma visão geral do nível de segurança da sua infraestrutura computacional, o Pentest traz outras vantagens.

Em primeiro lugar, ele costuma resultar numa inspeção mais atenta ao nível individual de segurança de cada elemento na rede, bem como as implicações de segurança por ele criadas. Assim, é possível identificar com precisão quais partes da infraestrutura necessitam de atenção.

Outro bom motivo para realizar Pentests são as consequências comerciais, estruturais e financeiras de um ataque genuíno ao seu sistema. Essas consequências variam a cada caso, mas realizar um teste de penetração é fundamental para identificá-las.

O teste permite ainda avaliar a performance dos mecanismos de defesa ou segurança já utilizados/implementados pela empresa. Diante deste ataque real, mas controlado, você pode descobrir como seus dispositivos de segurança atuais trabalharão para impedir danos à sua infraestrutura.

Além disso, realizar testes de penetração também é importante quando se fala de compliance — especialmente quando sua empresa coleta, armazena ou manipula dados e informações sensíveis.

O Pentest ainda proporciona uma oportunidade de comparar a quantidade de recursos investidos na segurança do sistema ao nível de segurança nele encontrado. 

 

Tipos de pentest

Quanto à quantidade de informações disponíveis ao(s) Pentester(s) sobre o sistema alvo, os testes de intrusão podem ser classificados em três tipos: black box, white box e grey box.

A depender do objetivo da empresa detentora da infraestrutura sendo testada, os testers podem receber muita, pouca ou nenhuma informação sobre o sistema. 

Nos casos em que a equipe recebe pouca ou nenhuma informação sobre a infraestrutura, também fica a cargo dos testers expandir seu conhecimento sobre o sistema conforme passa o tempo — utilizando seus próprios recursos e estratégias para isso.

 

Black box

No Pentest black box, a equipe de Pentesters precisa começar o trabalho “às cegas”. Não lhes é fornecida nenhuma informação acerca do sistema, suas características ou estruturação, cabendo à equipe desvelar estes detalhes para planejar seu ataque.

 

White box

No Pentest white box, a equipe de testers tem acesso a praticamente toda a infraestrutura antes de planejar o ataque. Isso significa que podem planejar seu trabalho considerando todas as características do sistema. Quando pertinente, isso representa uma grande vantagem para a equipe, que economiza tempo e recursos. Os testes white box tendem a ser bastrnte confiáveis.

 

Grey box

Num Pentest grey box, a equipe de testers detém algum conhecimento sobre a infraestrutura ou sistema alvo. Essa informação pode estar relacionada a sua estrutura, organização, segurança ou até mesmo hábitos e costumes de seus operadores humanos.

Cabe à equipe de Pentesters instrumentalizar a informação de que dispõe para localizar vulnerabilidades e definir estratégias de ataque.

 

Como se realiza um pentest

A particularidades do método de realização de um Pentest variam de acordo com seus realizadores e objetivos, além do contexto e condições de testagem.

Diferentes guias passo-a-passo determinam quantidades diferentes de etapas para o processo: algumas falam em 5, outras em 6, e algumas falam em mais de 20 passos para a realização do procedimento!

A verdade é que, apesar das diferenças, a maioria destes métodos compartilha uma estrutura comum: reconhecimento do sistema, seguido por uma busca por vulnerabilidades, seguida pela invasão propriamente dita e, por fim, a persistência do invasor no sistema alvo.

No primeiro passo, reconhecimento do sistema, a equipe de testagem combina informações tecnológicas, burocráticas, sociais e comportamentais para delinear o perfil de segurança do sistema.

Após reunir estas informações, que devem guiar a busca por vulnerabilidades, inicia-se este passo. Aqui, as informações coletadas na etapa 1 devem sinalizar os pontos mais óbvios onde buscar vulnerabilidades.

Uma vez que se tenha identificado uma ou mais vulnerabilidades, os testadores combinam os achados dos passos 1 e 2 para desenvolver uma ou mais estratégias de ataque.

Com a estratégia definida, a equipe de testers executa o ataque visando penetrar o sistema ou infraestrutura que se deseja alvejar. Se obtiverem sucesso na invasão, resta aos testers demonstrar os riscos associados à vulnerabilidade.

Demonstrar o risco geralmente significa ser capaz de manter acesso contínuo e irrestrito ao sistema por um período de tempo suficiente para a execução de atividades mal intencionadas.

Depois de provado o risco ligado à falha de segurança, o próximo passo é definir estratégias para solucionar o problema com a maior agilidade possível. Esse tipo de serviço deixa o escopo restrito do Pentest e passa a configurar um trabalho muito mais ostensivo em cibersegurança.

O mais importante é agir rápido ao identificar vulnerabilidades, afinal, você não quer correr o risco de ter prejuízos legais e financeiros, não é mesmo?

 

Quando e com que frequência é necessário realizar um pentest

O Pentest não deve ser um esforço único: ele deve ser parte de um conjunto maior de práticas voltadas para a segurança da empresa, seus clientes e parceiros no ambientes digitais.

Especialmente para empresas que manipulam informações sensíveis, averiguar a integridade da infraestrutura é sempre uma ótima maneira de evitar imprevistos. O ideal é que o teste seja refeito regularmente, especialmente após implementar soluções para vulnerabilidades encontradas em testes anteriores.

De um modo geral, é interessante passar por rigorosas avaliações de cibersegurança toda vez que o seu sistema receber adições à infraestrutura ou atualizações de software, hardware ou firmware.

Conforme evolui a tecnologia, evoluem as ferramentas que cibercriminosos podem usar para ataques. Por isso é importante que a preocupação com segurança digital seja um esforço contínuo e uma prioridade para todos os envolvidos.