Uma empresa precisa de um aporte inicial para começar as atividades. Até mesmo projetos de mais baixo custo ou que operam totalmente pela internet, sem a necessidade de um espaço físico a princípio, precisam de um bom dinheiro em caixa para sustentar o trabalho nos primeiros meses. Para isso, os CEOs podem recorrer aos fundos de investimento SaaS.
O mercado para empresas fornecedoras de SaaS é extremamente promissor. De acordo com a Gartner, esse modelo deve atingir 45% do total de gastos com aplicativos até 2021. Isso representa não só maior diversificação, como uma ótima oportunidade para quem quer empreender na área, além de chances para que os investidores multipliquem seu capital apostando nessas startups.
Quer entender quais são e como funcionam os fundos de investimento SaaS? Leia o post até o final!
Para aprofundar melhor o assunto, vamos começar com o conceito de uma empresa SaaS. Afinal, encontramos várias startups de tecnologia atualmente, mas nem todas se encaixam nessa definição.
O Software as a Service é uma solução em aplicativo ou software hospedada na nuvem. Como vantagens para o contratante, esse serviço apresenta menor custo, alta segurança, dispensa a necessidade de máquinas ou de um data center robusto e pode ser escalável, ou seja, a empresa solicita o serviço de acordo com a sua necessidade, por meio de planos customizados. Alguns exemplos são Netflix e Spotify.
Percebemos uma busca cada vez maior por serviços SaaS, ao mesmo tempo em que surgem novas oportunidades para empreender nesse mercado. De olho nessas oportunidades, os investidores estão cada vez mais dispostos a apostar no nicho.
No entanto, as startups possuem dinâmicas diferentes das empresas tradicionais. Se você tem uma boa ideia dentro desse conceito e quer empreender, precisa saber melhor como funcionam os investimentos. Apenas com esse conhecimento específico, é possível entender qual modelo funciona melhor para o tamanho da sua empresa, conciliando o plano de negócios e as previsões de retorno.
Isso significa que nem sempre aquele aporte de valor bem alto vindo de um investidor bem conhecido é o que você precisa.
Embora o atual cenário econômico seja muito incerto, a queda nas taxas de juros fez com que os investimentos em renda fixa não tivessem mais um retorno interessante. Com isso, sobram apenas as rendas variáveis ou negócios que demonstrem um bom potencial de crescimento.
Dentro desse contexto, os empreendedores com boas ideias e capacidade de gestão saem na frente na hora de conseguir aquele aporte inicial para começar as suas atividades. As empresas SaaS ganham preferência por trazerem uma solução que acompanha as demandas de mercado atuais e chama a atenção dos consumidores.
Além das facilidades para o usuário, como o preço pago pelo plano que escolher, a dispensa da necessidade de instalação, e acessibilidade por qualquer computador ou dispositivo conectado à internet, esse modelo também traz diversas vantagens para o empresário.
O pagamento por mensalidades traz uma receita recorrente, o que permite a previsão do faturamento do negócio e o planejamento de expansão, fatores importantes para atrair investidores.
Essa receita é calculada pelo MRR, ou Monthly Recurring Revenue, e permite que os empreendedores pensem em como o valor será aplicado de maneira mais segura, ajudando a enfrentar períodos de crise no mercado.
Agora que já ficou mais claro porque você deve conhecer os fundos de investimento para esse nicho, vamos dar mais detalhes sobre cada um.
O bootstraping geralmente é o primeiro passo dos investimentos em negócios ou startups que estão iniciando suas atividades. Nesse modelo, o dinheiro vem dos próprios empreendedores, que colocam seu capital para dar o pontapé inicial na empresa e começar a colocar o nome no mercado.
No Brasil, o bootstraping é bem comum. Segundo pesquisa publicada pela Brazil SaaS Landscape, 70% das empresas SaaS em território nacional operam com investimento bootstraping.
Os investidores-anjo são pessoas físicas, que na maioria das vezes são empresários já bem sucedidos e com um patrimônio consolidado, que fornecem capital financeiro e intelectual para startups. Como retorno, ele recebe uma participação societária no negócio.
De forma geral, o investimento anjo em uma empresa é realizado por um grupo entre 2 e 5 pessoas, promovendo uma diminuição dos riscos e o compartilhamento da dedicação necessária para aconselhar e promover o crescimento da empresa.
O seed acontece tanto por pessoa jurídica, como física, realizado em empresas que já iniciaram as atividades e contam com uma boa base de clientes.
Essa modalidade está logo acima do investimento anjo, e lida com valores entre R$ 500 mil a R$ 2 milhões. Os investidores montam fundos e aportam em várias empresas, promovendo uma diversificação na carteira e diminuindo os riscos.
Também conhecida como VC, trata de investimentos de risco. No Venture Capital, o fundo compra ações ou direitos de participação em empresas que apresentam um alto potencial de valorização.
É a melhor maneira de fornecer o capital necessário para que a empresa cresça exponencialmente, aumentando a operação ou realizando uma fusão com outra grande marca. Como se trata de um investimento de alto valor, o risco também é elevado.
Para atrair um investimento de Venture Capital, a sua empresa deve ter uma estrutura muito sólida e comprovar retornos. Isso porque o investidor anseia por um retorno bem alto do valor que está empregando.
O Private Equity é realizado em empresas que já possuem algum lucro ou contam com um fluxo de caixa elevado, e têm uma participação expressiva no mercado. Por isso, os investimentos dessa categoria ficam na casa dos milhões de reais.
Esse tipo de investimento possibilita a inclusão de participação na gestão da empresa, ou atuação como mentor do negócio. Pode ser feita tanto por pessoa jurídica como física.
Lembra que citamos que é importante saber quais são os objetivos e o estágio em que o negócio se encontra para escolher o fundo de investimento mais adequado? Esse mesmo conceito pode ser aplicado aqui.
Incubadoras e aceleradoras são organizações criadas para “dar aquele empurrãozinho” nas fases iniciais de um negócio, principalmente na etapa de estruturação. Elas focam principalmente em empresas inovadoras e que apresentem alto potencial de crescimento, geralmente no setor de tecnologia. Por isso, podem ser excelentes fontes de recursos para a sua empresa de SaaS.
Mas, embora tenham o mesmo foco, essas organizações guardam diferenças entre si, principalmente no modelo de negócio. Conheça um pouco melhor.
As incubadoras geralmente não têm fins lucrativos, são mantida por instituições públicas e procuram ajudar as empresas de acordo com alguma normativa governamental ou regional. Elas aproveitam principalmente verbas públicas para financiar essas empresas e, por isso, precisam de um plano de negócios bem estruturado e transparente para conseguir apoio público.
Baseiam-se principalmente no modelo tradicional de consultoria, ajudando as startups a tomarem as melhores decisões e adotarem as práticas mais recomendadas.
As aceleradoras procuram por iniciativas com grande potencial de crescimento rápido e que já tenham empreendedores experientes participando do projeto. O foco não é em necessidades prévias, mas em startups escaláveis (e por isso, com bom potencial de expansão).
Essas organizações usam capital privado para financiar a ideia, e não exigem tantos trâmites burocráticos. Mas, para conseguir o apoio de uma aceleradora, é essencial que as ideias sejam realmente boas. Os processos de orientação são apoiados em sessões de mentoring, que podem acontecer em conversas pessoais ou em palestras.
Boa parte das organizações com solução SaaS vem como resposta à necessidade de automatização de alguma empresa. Por isso, trata-se de algo geralmente voltado ao mercado B2B, embora haja exceções.
Podemos citar que esses softwares trazem como benefícios a automatização de processos, resultando no aumento da produtividade. Conheça o passo a passo para iniciar uma empresa de SaaS:
Qual problema o seu software resolve e como ele pode ajudar? Definir o público-alvo é importante para estruturar uma abordagem eficiente de SaaS marketing e estabelecer como a comunicação será feita.
Lembre-se que nem só o setor de TI é beneficiado por essas soluções, que podem ser implementadas para facilitar o trabalho em diversos departamentos, como contabilidade, RH, vendas, entre outros.
O que faria com que o cliente decidisse destinar uma parte de seu orçamento para pagar pela sua solução? Essa proposição de valor é importante para entender como operar o negócio e para apresentar o software aos possíveis investidores.
Sem uma compreensão clara de como o aplicativo ou programa irá, de fato, ajudar na realização das tarefas e seu diferencial para a concorrência, dificilmente você conseguirá vender a solução para clientes e atrair investidores.
O relacionamento com o cliente é uma parte vital para o sucesso de qualquer empreendimento. Nesse ponto, você precisa definir como o contato com o cliente será realizado, o suporte para a solução de problemas e a captura de informações.
Sem uma boa estrutura, há uma grande possibilidade de que a empresa não consiga prestar um atendimento que atenda as necessidades dos clientes e passe a ter problemas de retenção, além de reclamações que prejudicarão a imagem no mercado.
Você já sabe como serão feitas as cobranças? Por meio de cartão de crédito, boleto ou conta bancária? Você terá um intermediador para receber esses valores?
Todas essas perguntas são respondidas na definição dos fluxos de receita, importantes para uma previsão mais precisa de como serão as entradas e o fluxo de cobranças dos inadimplentes.
Estruture também uma boa gestão financeira para saber exatamente como o dinheiro será aplicado e o momento exato para buscar novos investimentos.
Para que a empresa funcione bem, é essencial contar com um planejamento cuidadoso de todos os gastos, estimando o necessário para a empresa funcionar tanto em tecnologia quanto em recursos humanos e estrutura física (escritório, equipamentos etc.)
Apenas com essa previsão realizada cuidadosamente o negócio pode operar com tranquilidade. Além disso, essa previsão é importante para que os financiamentos sejam precisos, passando mais segurança aos investidores.
Com uma estrutura de custos realista, a startup pode ser conduzida sem maiores percalços e o investidor tem mais clareza sobre as operações e os retornos reais que a empresa pode proporcionar.
O SaaS marketing é diferente das estratégias adotadas por empresas de outro setor. Isso porque o público-alvo é outro (geralmente outras empresas, já que esse mercado trabalha muito o B2B).
Avalie se haverá a contratação de uma equipe de marketing ou uma agência especializada para fazer esse tipo de trabalho. Pense também em quais valores da empresa devem ser trabalhados nessa identidade, e qual o orçamento disponível para isso.
Mesmo que haja um bom capital para a expansão da empresa, sem uma estratégia de divulgação bem pensada, as vendas não acontecem e o faturamento não atende as necessidades.
O marketing digital também é uma excelente estratégia, pois ajuda a quebrar a desconfiança natural em relação ao produto e vai conquistando a confiança do cliente em potencial, até que ele decida pela contratação.
Até aqui, ficou claro o diferencial de uma empresa SaaS, o cenário de mercado, os principais tipos de investimento e como iniciar um negócio no setor. Mas, qual a melhor maneira de atrair a atenção dos investidores (pessoas físicas ou jurídicas) para apostarem no seu negócio?
Geralmente, vemos as empresas começarem com o investimento dos próprios fundadores, mas é claro que isso tem um limite, principalmente quando há a intenção de uma grande expansão. Os fundos de investimento não servem apenas para os primeiros passos da empresa, mas também para ampliações e lançamentos de novas soluções.
Destacamos alguns pontos importantes, avaliados para a liberação ou não de um aporte.
Para fazer uma proposta coerente, você precisa conhecer o mercado em que está inserido. Por isso, procure ler as notícias e blogs sobre a sua área de atuação, além de manter-se a par de mudanças na economia do país.
Não se limite apenas às publicações nacionais. Por se tratar de um mercado de tecnologia, é importante acompanhar também os temas trabalhados em veículos do exterior, que costumam abordar novidades e apresentar tendências.
Você conhece esse termo? O pitch é uma apresentação direta e curta, mas que seja capaz de atrair a atenção do investidor e mostrar como a sua proposta é promissora e pode ser uma excelente oportunidade de negócio.
Nessa abordagem, você vai mostrar os aspectos mais importantes do negócio, como pretende resolver os problemas dos consumidores e os diferenciais da sua ideia em relação à concorrência. É com o pitch que você vai evidenciar que vale a pena investir na sua empresa e conquistar pessoas que apostem na sua ideia.
Um bom networking é essencial para qualquer tipo de negócio, para que mais pessoas conheçam o produto e assim você atraia investidores e clientes, ajudando até mesmo quando precisar contratar funcionários.
Participe de eventos e feiras relacionadas não só ao nicho de negócio, mas também com o público-alvo da sua solução. Esteja presente também em grupos e fóruns que abordem o assunto.
A construção desses relacionamentos ampliam as possibilidades de novos negócios e a troca de ideias capazes de enriquecer a sua empresa.
Para atrair o investidor e mostrar que a sua ideia é um negócio lucrativo, você precisa estar a par do que acontece na sua empresa. Para isso, é importante medir os pontos mais importantes como retenção de clientes, faturamento, lucro, churn, satisfação dos clientes, entre outros.
A única maneira de acompanhar esses aspectos importantes é com a implementação e o acompanhamento de métricas. Defina o que realmente impacta no resultado da sua empresa e comece a acompanhar. Promova estratégias para melhoras o que apresentou resultados negativos, assim você terá uma organização mais robusta e confiável, além de dados interessantes para demonstrar ao investidor e atrair mais chances de negócios.
Identificar em qual fase está o seu empreendimento e qual o valor necessário para que as demandas sejam supridas e ocorra um desenvolvimento também é um ponto importante. Engana-se quem pensa que basta conseguir um bom aporte para impulsionar a empresa. Valores altos demais ainda nas fases iniciais prejudicam a avaliação da posição no mercado e do potencial de retorno.
O investidor precisa de provas de que o negócio está indo bem para que possa apostar na ideia e ter a segurança de que terá o retorno esperado.
Isso vale para o Venture Capital, geralmente aplicado em uma fase mais madura do negócio, ou para investidores-anjo, que aportam em ideias que ainda estão dando seus primeiros passos.
Apresentamos aqui algumas dicas para a sua startup SaaS obter o primeiro investimento. Mas, se a ideia conseguir se desenvolver e gerar crescimento, é possível submeter a novas rodadas de investimentos, atraindo aportes para que a organização alcance outros patamares e cresça ainda mais.
São chamadas como séries A, B e C. Como isso funciona?
Quando a startup já tem um mercado e pretende ampliar a cartela de produtos com novos lançamentos, esse aporte pode ser considerado série A, geralmente aplicados por Venture Capital e Private Equity.
Já na série B, a empresa conta com um patamar mais sólido no mercado, sendo referência no seu nicho de atuação. Os investimentos nesse grau de desenvolvimento geralmente são usados para aquisições de outras empresas ou para a abertura de filiais, permitindo a expansão da empresa.
A série C é considerada a última classificação, geralmente empresas que já são muito relevantes e oferecem grande segurança. Os recursos são aplicados para expansão em outros países ou mudança de categoria.
É nesse ponto que uma startup já atingiu ou atinge a classificação como unicórnio, ou seja, que possui avaliação de mercado de mais de 1 bilhão de dólares. Investimentos da série C antecedem a abertura de ações da empresa na bolsa de valores, ampliando assim o acesso a investidores do mundo todo.
A busca por um investimento em espécie não deve ser o único foco do empreendedor. Sem uma estrutura sólida, a iniciativa dificilmente se manterá no mercado por muito tempo. É nesse ponto que entra o Smart Money, que também precisa ser considerado na busca por aportes da empresa.
E o que esse termo representa? É o investimento intelectual que acompanha cada rodada de injeção financeira na empresa. A experiência compartilhada com demais executivos durante o processo de investimento faz com que o empreendedor saiba como conduzir o negócio e de qual maneira fará a administração.
Afinal, não basta criar o software e disponibilizá-lo na nuvem. O desenvolvimento de uma empresa SaaS também passa por dores, como ter o contingente necessário para lidar com a carga de trabalho, saber recrutar corretamente, ter um bom networking, lidar com crises de imagem e flutuações do mercado, entre outros pontos importantes.
Além de insights sobre a condução do negócio, investidores que tenham experiência no ramo (no caso, em tecnologia), trazem um conhecimento importante, baseado em vivências e observações de concorrentes no mercado.
Esse investimento ajuda os empreendedores a evitarem erros e “cortarem caminho” alcançando assim um grau de maturidade maior no negócio. Em muitos casos, o smart money chega a ser até mais valioso do que o investimento financeiro. Não basta ter o valor em mãos, é preciso saber como empregá-lo para alcançar os resultados esperados.
Neste post completo, apresentamos tudo sobre os fundos de investimento SaaS, para que você tenha material o suficiente para deixar a abordagem pronta e saiba qual o melhor aporte para o momento atual do seu negócio. Esses reforços são importantes para levar a empresa a outro degrau e fortalecer a marca, aumentando a área de atuação e adquirindo novas tecnologias.
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